sexta-feira, 13 de julho de 2012

Dona Borja


A VIDA E O TRABALHO DE DONA BORJA


             A turma do 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Costa e Silva, composta por 25 alunos e coordenados pela professora Elisa Ramos, desenvolveu durante o primeiro semestre deste ano o Projeto “A vida e o trabalho de Dona Borja”.
            O projeto teve como objetivos conhecer a história de vida de Dona Borja, que dá nome a Unidade de Saúde da Família da Vila Brasília, inaugurada no ano passado, trabalhar com diferentes fontes históricas e valorizar como as pessoas cuidavam da saúde antigamente.
            Através de depoimentos de seu filho, de pessoas da comunidade que eram atendidas por ela, de registros de memória de quem trabalhou no Posto de Saúde da Vila Brasília com D. Borja, a turma foi construindo a sua trajetória de vida, trabalho, valores e significado para a comunidade da Vila Brasília, numa época em que chás, benzimentos e orações estavam muito presentes no tratamento das pessoas.
            Abaixo, trechos do trabalho pesquisado e organizado pela turma e apresentado no dia 11 de julho.
           


DONA BORJA
Pelo seu filho João Carlos



“Anaurelina Vieira da Paixão nasceu em Campos Borges, na época fazia parte da cidade de Espumoso, aos 26 de junho de 1.922.
            Era filha de Geraldo Soares Pereira e Maria Augusta Pereira.
            Conheceu Maurílio do Carmo da Paixão com quem se casou e por causa das condições para viverem que na época encontravam, resolveram mudar para Tapera, onde ele se empregou na Cooperativa.
            Com o passar dos tempos conseguiram comprar um terreno, construíram uma casinha.
            Naquela época, as coisas eram difíceis, não era fácil o acesso á médicos, remédios, as pessoas morriam por falta de medicamento
            Dona Borja, como ficou conhecida pela população, fazia benzimentos contra mordida de aranha, mijada de aranha, cobreiro, míngua, lombrigas enroladas, que na época matavam bastante pessoas, ar na cabeça, que quer dizer dor de cabeça.
            Fazia chás caseiros e alguns remédios que eram usados.
            Teve cinco filhos, todos adotivos; dois filhos faleceram: uma com três meses e a outra com sete anos.

            Com o passar dos anos se empregou na prefeitura como enfermeira da comunidade onde tinha seu salário e cumpria horário determinado no Posto. Depois disto, fazia injeções, curativos, benzimentos e outras coisas em casa fora do seu horário de trabalho.
            Fazia parte da comunidade, não perdia reuniões da igreja católica, fazia parte de vários grupos como Encontro de casais, Encontro de pais e mestres, Alcoólicos anônimos, era catequista, rezava terços nas casas das famílias e nos velórios.
            Uns anos antes de seu falecimento começou a participar de grupos espíritas e então começou a fazer sessões espíritas em casa.
            Em 01 de abril de 1.996, com 74 anos, veio a falecer na cidade de Garibaldi onde tinha ido visitar seus parentes.”

            “Eu aprendi muitas coisas com ela que tentarei passar para os filhos, uma delas que não consigo esquecer é do seu sorriso estampado no rosto ao receber seus pacientes, aquilo não tinha hora, sem exigir nada em troca.”

 
DEPOIMENTOS SOBRE A DONA BORJA
PELA COMUNIDADE DA VILA BRASÍLIA

            SAUDADES
                                 DONA BORJA:
“Ela era como uma mãe para todos nós. Ela andava nas casas fazendo injeção em quem precisava dela, não tinha frio ou chuva. Ela estava sempre pronta pra ajudar quem precisava, sempre com muito carinho com todos.
            Era assim carinhosa, alegre e feliz com todos.”
Noêmia Terezinha Leising, 48 anos, avó do aluno Ronaldo.

“A Dona Borja trabalhava em casa fazendo curativo em quem precisava.
            A vida dela era fazer o bem para as pessoas.”
Noeli Vargas, mãe do aluno Patrick.

            “O trabalho da Dona Borja era tipo enfermagem, uma pessoa que todos gostavam, respeitavam e que sempre estava à disposição das pessoas que precisavam. Ela aplicava injeções, fazia curativos.”
Salete Shultz, mãe da aluna Emelym.

 “A Dona Borja era uma pessoa muito especial, muito querida por todos, fazia injeções nas pessoas, receitava chás, tanto que no velório dela a comoção era grande e de tantas pessoas que foram era feita uma fila só para passarem perto dela, pois a comunidade taperense ficou triste com a perda dela.”
Salete Otília de Souza, mãe do aluno Michel.

            “A Dona Borja foi uma pessoa muito importante para a comunidade, ela aplicava injeções nas pessoas a qualquer dia e qualquer hora, sem cobrar nada.”
Margarete de Souza Moraes, 38 anos, mãe do aluno Pedro.

            “Dona Borja era muito importante para a comunidade.
            Ela benzia as pessoas, fazia remédios e era enfermeira. Não tinha hora para atender as pessoas, sempre alegre com todos.
            Ela gostava de rezar o terço nas casas.
            A perda da Dona Borja foi muito triste para o povo da Vila Brasília, mesmo as crianças pequenas sentiram falta porque ela era querida com todos.”
Nadir de Fátima da Silva, funcionária da escola.

“Nós temos um grande prazer de falar da Dona Borja. Ela era uma pessoa ótima como vizinha, benzedeira e enfermeira e adorava a Deus, rezava o terço e amava Nossa Senhora Aparecida.
Ela era uma pessoa maravilhosa, de muita fé, gostava de todas as pessoas da Vila.
Se a gente vai falar, só tem lembranças boas da Dona Borja.
Terezinha e Antenor Borba, membros da comunidade.


“Sempre que lembro da Dona Borja é com carinho, pois recordo que quando eu trabalhava no sábado não podia ir na catequese, então ela me dava catequese no domingo de manhã.
Eu sempre achei ela muito querida, sempre disposta a ajudar a todos e tentar resolver os problemas.
Tenho certeza que muitos aqui na Vila Brasília sentem muita falta da Dona Borja.”
Cláudio Pereira, pai do aluno João Eduardo, 6º ano.

           
            “A Dona Borja era uma senhora miúda, cuidava de dois especiais. Conhecia todos os moradores.
            Os moradores tinham uma confiança nela. Quando o médico os atendia ao invés de tomar o medicamento primeiro falavam com a Dona Borja.
            Ela tinha uma casa simples, mas recebia todos sem exceção com o maior carinho e sempre confortando a população.”
Lenize Gabriel, funcionária da escola.


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